A programação do ato incluiu quatro momentos distintos, começando pelo Salão de Audiências do Palácio do Planalto, onde as obras foram restauradas. Em seguida, uma significativa pintura de Di Cavalcanti e uma cerimônia que reuniu representantes de diferentes segmentos da sociedade culminaram no “Abraço da Democracia” na Praça dos Três Poderes. A presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de autoridades dos três poderes reforçou a mensagem de união em prol da defesa democrática.
Entretanto, a ausência dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, levantou questões sobre a atual relação entre os Poderes. Especialistas apontam que este gesto pode indicar uma insatisfação com o Executivo, especialmente em relação ao pagamento das emendas parlamentares, um tema quente nas discussões políticas. Para analistas, a falta de um posicionamento unificado entre os Poderes legislativo e executivo sobre a questão da defesa da democracia pode ser vista como um sinal alarmante para a estabilidade do regime democrático.
Além disso, o futuro do projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro também foi discutido. O cientista político Ernani Carvalho observa que, embora a anistia ainda seja uma possibilidade, a crescente insatisfação com o governo Executivo complica a viabilidade de uma negociação efetiva sobre o tema. Enquanto isso, a professora Adriana Marques stressa a importância da mobilização dos Três Poderes em torno da defesa democrática, ressaltando que a data deverá permanecer viva na memória coletiva, isto é, enquanto o STF e outras instâncias continuam a investigar os eventos do passado.
À medida que 2026 se aproxima, a maneira como tanto governo quanto oposição utilizarão o episódio do 8 de janeiro em suas campanhas eleitorais poderá moldar não apenas a disputa pelo poder, mas também as narrativas sobre o que realmente ocorreu naquela data fatídica, podendo impactar decisivamente o futuro político do país.