Faculdade Oswaldo Cruz tem atividades paralisadas por meses e inúmeras pendências trabalhistas e financeiras. Retorno das aulas está em planejamento.

Faculdade Oswaldo Cruz: greve de cinco meses chega ao fim após pagamento de salários

Após cinco meses de greve, os funcionários da centenária Faculdade Oswaldo Cruz finalmente receberam seus salários, que estavam atrasados desde outubro de 2024. O pagamento foi realizado na última sexta-feira, 14, e incluiu os salários relativos a janeiro e 30% dos meses anteriores, conforme acordado com o sindicato. Com isso, as atividades da faculdade, localizada na Barra Funda, zona oeste da capital paulista, começaram a ser retomadas.

A greve teve início em dezembro do ano passado, quando os professores decidiram paralisar suas atividades devido ao atraso nos pagamentos, falta de plano de saúde e ausência de contribuições do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) desde 2018. A situação financeira da instituição vinha se deteriorando nos últimos anos, com consecutivos atrasos nos salários e uma dívida acumulada de mais de R$ 63 milhões.

Para tentar evitar a falência, em 2022 a Faculdade Oswaldo Cruz entrou em processo de recuperação judicial e anunciou a venda de alguns de seus imóveis para quitar os débitos fiscais e trabalhistas. O leilão dos imóveis, avaliados em R$ 104 milhões, foi realizado recentemente e arrematado pela Cyrela por R$ 89 milhões.

A expectativa é que, com a conclusão da venda dos imóveis, os valores devidos aos funcionários e outros credores comecem a ser quitados. No entanto, a situação dos alunos da instituição ainda é instável. Alguns relataram dificuldades para obter seus diplomas e enfrentaram prejuízos em suas carreiras devido à paralisação das atividades.

A estudante Mariana Ferreira, de 22 anos, afirmou ter perdido oportunidades de emprego e descontos em cursos de pós-graduação por não ter recebido seu diploma. Já Heloísa Egídio, de 23 anos, teve seu calendário acadêmico afetado por greves todos os anos desde que ingressou na faculdade em 2021.

Diante desse cenário, a pressão sobre a atual administração da Faculdade Oswaldo Cruz é grande. A expectativa é que, com a reestruturação da empresa e o pagamento das dívidas, a instituição consiga retomar suas atividades de forma estável e garantir a formação e o futuro de seus alunos.

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