FACADA NAS COSTAS – Sem apoio de Arthur Lira, governo sofre derrota e expõe fragilidade na articulação política de Lula – com Jornal Rede Repórter

A queda da Medida Provisória que previa aumento da taxação sobre investimentos de alta renda e apostas esportivas deixou o governo Lula em uma crise de articulação política, com foco direto sobre a relação com o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O episódio escancarou a dependência do Palácio do Planalto em relação ao centrão e mostrou que, sem o aval do deputado alagoano, a base governista na Câmara permanece frágil.

De acordo com informações publicadas pela colunista Daniela Lima, do UOL, o presidente Lula demonstrou irritação ao ser informado de que o texto da MP não teria votos suficientes para ser aprovado, mesmo após diversas concessões ao centrão e à bancada do agronegócio. “Não tinha que ter feito tanta concessão”, teria dito o petista durante reunião com líderes do governo e do Congresso, já após o desgaste consolidado.

Em meio às tentativas de reverter o cenário, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, telefonou diretamente para Arthur Lira em busca de garantias. Segundo interlocutores, o retorno foi decepcionante: o deputado não se comprometeu com a votação. Ao relatar o diálogo, Haddad admitiu que Lira “não deu garantia”, sinal de que o apoio do ex-presidente da Câmara estava, no mínimo, condicionado a novas negociações políticas. “Então ele não está apoiando”, concluíram os presentes à reunião.

O episódio reforçou a percepção de que Lira mantém poder decisivo sobre as votações de maior impacto econômico no Congresso. Mesmo fora do cargo de líder formal do centrão, o deputado alagoano segue articulando blocos e definindo o rumo das matérias de interesse do Executivo. A falta de sintonia com o Planalto — que apostava na aprovação da MP para reforçar o caixa e sinalizar controle sobre a política fiscal — levou o governo a uma derrota simbólica e estratégica.

Analistas em Brasília apontam que a derrota também antecipa embates políticos previstos para 2026, quando Lula tentará reeleger aliados. No Planalto, o episódio é visto como um alerta: sem recompor a confiança com o centrão, o governo corre o risco de ver sua agenda travada até o fim do mandato.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo