Fábrica da Saint-Gobain em São Paulo será fechada até 2026 após denúncias de poluição e barulho, e transformada em centro de distribuição.

Uma importante mudança está prestes a ocorrer em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, onde uma fábrica de lã de vidro pertencente à multinacional francesa Saint-Gobain, pertencente ao grupo Isover, encerrará suas atividades até julho de 2026. Essa decisão foi motivada por uma série de denúncias de poluição e incômodos sonoros que a unidade tem causado à comunidade ao seu redor. Após o fechamento, o espaço da fábrica será adaptado para servir como um centro de distribuição da empresa.

O fechamento está formalizado em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em 22 de dezembro entre a Saint-Gobain, o Ministério Público do Estado de São Paulo e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). O TAC estabelece ainda a execução de um plano de gerenciamento para áreas contaminadas e prevê penalidades: em caso de descumprimento, a empresa poderá ser multada em R$ 10 mil por dia. Este acordo ainda será analisado pelo Conselho Superior do Ministério Público.

O histórico de denúncias por parte da população local é alarmante. Moradores da região relataram, durante anos, o desconforto causado pela emissão de barulho e poluentes provenientes da fábrica. As reclamações incluem a presença de fumaça densa e odores desagradáveis que se espalham pelo ar, afetando a qualidade de vida da comunidade e provocando problemas de saúde, como dificuldades respiratórias, irritação na pele e ardência nos olhos.

Em março deste ano, uma ação da população resultou na entrega de uma petição à CETESB, solicitando a interrupção das emissões poluentes da unidade. Inicialmente, o Ministério Público passou a investigar a situação mais minuciosamente. Enquanto isso, a CETESB impôs multas e advertências contra a Saint-Gobain devido a infrações relacionadas à emissão excessiva de odores e ao ruído gerado pela operação da fábrica.

Em um esforço para dialogar sobre a questão, a Câmara Municipal de São Paulo organizou uma audiência pública em junho, presidida pela vereadora Renata Falzoni (PSB). Durante o evento, os cidadãos tiveram a oportunidade de expor suas preocupações e experiências negativas causadas pela indústria. Contudo, a ausência de representantes da Saint-Gobain na audiência foi notada, gerando frustração entre os presentes.

A reportagem entrou em contato com a empresa para obter uma posição sobre o caso, mas até o momento não houve retorno. O espaço permanece aberto para manifestações e esclarecimentos. Neste contexto, os desdobramentos do TAC e a resposta da Saint-Gobain serão cruciais para a finalização desse processo e para a revitalização da relação da empresa com a comunidade.

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