Com mais de 97% dos votos apurados, as projeções apontaram o FPÖ na liderança, com 28,8% dos votos, seguido pelo Partido do Povo (ÖVP), de centro-direita, com 26,3%. O líder do ÖVP, chanceler Karl Nehammer, reconheceu a derrota neste cenário, enquanto os social-democratas de centro-esquerda (SPÖ) ficaram em terceiro lugar, com 21,1% dos votos.
Cengiz Günay, diretor do Instituto Austríaco de Assuntos Internacionais, ressaltou que o resultado das eleições reflete uma mudança nos sentimentos políticos na Europa. Ele destacou a força crescente dos partidos populistas de extrema-direita em contraponto à enfraquecimento do centro político, representado pelos resultados do FPÖ.
A campanha eleitoral na Áustria foi marcada por temas como imigração, segurança doméstica, aumento do custo de vida e mudanças climáticas, especialmente após as enchentes mortais ocorridas nos meses anteriores. No entanto, o sucesso do FPÖ nas eleições reflete a insatisfação da população com a atual situação política e econômica do país.
Caso o FPÖ consiga formar um governo, a Áustria se juntará a outros países da União Europeia que têm partidos de extrema-direita no poder, como Hungria, Itália e Holanda. A liderança de Kickl no FPÖ representa um movimento ainda mais à direita para o partido, que tem como objetivo principal a questão da imigração e da soberania nacional.
Com uma economia em retração e a pressão para reduzir a dependência do gás russo, a Áustria enfrentará desafios significativos nos próximos anos, independentemente dos partidos que formarem uma coalizão após as eleições. A possibilidade de uma coalizão tripartite ou bipartidária entre os principais partidos austríacos ainda está em discussão, o que demonstra um cenário político complexo e desafiador para o país nos próximos anos.