A iniciativa, uma colaboração entre Severino e o especialista em audiovisual Jardel Brito, não se restringirá a esta edição. Há planos de futuras mostras que incluirão a participação de fotógrafos residentes da comunidade, além de convidados. O objetivo, conforme Severino, é democratizar o acesso à produção fotográfica e estimular o surgimento de novos talentos na região. “Estou confiante de que essa exposição vai agitar a cultura do morro. Minha intenção é inspirar novos artistas e demonstrar que a arte pode prosperar em lugares onde muitos não imaginam”, salienta o fotojornalista.
A abertura da exposição está programada para as 13h, no término da Rua Tavares Bastos, próximo ao ponto final das kombis. Os visitantes poderão explorar a mostra até a meia-noite, com guias da própria comunidade prontos para orientar o público. A programação ainda inclui projeções em telão e a exibição de recortes de jornais, oferecendo uma visão ainda mais enriquecedora da trajetória fotográfica de Severino.
Sua obra é um marco no fotojornalismo carioca, com destaque em reconhecidas publicações internacionais, como a revista National Geographic, que o mencionou como um dos fotógrafos relevantes na documentação de comunidades ao redor do mundo. Entre suas adaptações mais icônicas está a imagem premiada “Mutilado na guerra do crack”, que captura um jovem sem os braços em fuga durante uma ação policial em uma operação de combate ao crack, feita na Zona Norte do Rio.
Tavares Bastos, por sua vez, carrega uma rica história. De acordo com o Dicionário de Favelas Marielle Franco, as primeiras residências na área surgiram em 1931, em um terreno que anteriormente pertencia a uma fazenda. Reconhecida por sua vista panorâmica, a comunidade abriga o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e tem se tornado um ponto pulsante de produção cultural relacionada à fotografia, música e audiovisual. O morro também foi escolhido como locação para importantes produções cinematográficas e televisivas, destacando-se no cenário artístico carioca. Com essa nova exposição, Tavares Bastos se reafirma como um espaço de resistência e criatividade.










