Exportações de Café Caem 17,5% após Tarifas dos EUA; Brasil Perde Posição como Maior Fornecedor para o País

Queda nas Exportações de Café do Brasil: Efeitos da Tarifa Norte-Americana

O setor de café brasileiro enfrenta um dos momentos mais desafiadores de sua história recente. Informações do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) apontam para uma queda alarmante de 17,5% nas exportações de agosto, resultando em um embarque de aproximadamente 3,14 milhões de sacos de 60 quilos. Essa cifra é significativamente inferior aos 3,81 milhões de sacos registrados no mesmo período do ano anterior, refletindo as consequências diretas das tarifas de importação elevadas impostas pelos Estados Unidos sob a administração Trump, que variam em torno de 50% para diversos produtos brasileiros.

O impacto desse “tarifaço” é visível de maneira dramática, já que os Estados Unidos, que tradicionalmente ocuparam a posição de maior comprador do café brasileiro, agora caíram para o segundo lugar, com importações totalizando cerca de 301 mil sacos. Essa mudança drástica ocorreu de maneira mais afetada pelas novas tarifas, que entraram em vigor em 7 de agosto, e antecipa-se que a situação possa piorar. Para se ter uma ideia da gravidade desse cenário, essa quantidade representa uma queda de 46% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Além disso, especialistas do setor alertam que a súbita elevação das tarifas não apenas desestabilizou o mercado brasileiro de café, mas também teve efeitos colaterais na economia norte-americana, pois não existem outros países capazes de substituir a produção brasileira em volume e qualidade. Com a instabilidade gerada, o preço do café arábica na Bolsa de Nova York disparou 29,7%, o que pode agravar ainda mais a situação para consumidores e empresários dos EUA.

Entretanto, apesar da queda no volume exportado, as receitas atingiram um recorde notável, alcançando US$ 9,66 bilhões, ou cerca de R$ 52,5 bilhões, impulsionadas pela alta nos preços internacionais. Isso sugere que, embora o Brasil esteja vendendo menos sacos de café, a valorização do produto no mercado global pode estar mitigando algumas das perdas.

Com uma redução total de 20,9% nas exportações de janeiro a agosto em relação ao ano passado, o futuro do café brasileiro no mercado internacional parece incerto. Resta saber como o governo brasileiro responderá a esse desafio e se haverá estratégias para reverter essa tendência negativa em um setor tão vital para a economia nacional.

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