Destaca-se no evento a participação de Rosangela Morais, conhecida como “Tia Ró”, que trouxe de Salvador (BA) sua singular abordagem ao fuxico, uma técnica de costura de origem africana. Tia Ró enfatiza a importância da ressignificação dessa prática, transformando o fuxico em moda ao invés de meros acessórios artesanais. “As pessoas ficam emocionadas ao ver meu trabalho”, comentou. “É gratificante surpreender o público e mostrar que o fuxico pode ter um lugar de destaque na moda contemporânea.”
A Expo Favela não se resume apenas a uma feira de negócios; é um espaço de aprendizagem e intercâmbio cultural. A programação incluiu palestras de personalidades como a jornalista Aline Midlej, o artista MV Bill e o produtor musical Kondzilla, além de contar com ambientes temáticos como o “Beleza das Favelas”, destinado a profissionais de estética, e o “Favela Literária”, que ofereceu saraus e sessões de autógrafos. Uma atração à parte foi a Feira Africana, que trouxe representantes de países como Senegal, Moçambique e Nigéria, enfatizando a diversidade cultural que permeia o evento.
Entre os participantes, o escultor senegalês Ndiaga Sow, que vive no Brasil há mais de uma década, expressou a importância da Expo como um ponto de encontro para culturas diferentes. “Esse evento é uma vitrine para nossas tradições e habilidades”, afirmou. “Aqui, podemos trocar experiências e celebrar a diversidade.”
A Expo Favela se propõe, portanto, a ser um impulsionador do empreendedorismo nos contextos periféricos, promovendo não apenas a geração de renda, mas também a valorização e a troca cultural que emerge das favelas. A inclusão de vozes e práticas variadas torna o evento um reflexo vibrante da pluralidade brasileira, africana e indígena, reafirmando a importância de fortalecer esses laços em um Brasil cada vez mais diversificado.