Amauri Sena, um comerciante que reside na rua, expressou o desespero sentido por ele e seus vizinhos. Segundo ele, o solo já apresentava sinais de instabilidade há pelo menos uma semana, mas a situação se agravou quando a fissura se transformou em um buraco. “Estamos cansados de tudo que está acontecendo. Hoje de manhã, aconteceu o que as imagens mostram, é como se fosse um vulcão de lama saindo do solo aqui próximo às nossas casas”, afirmou Amauri, em um relato que ilustra a gravidade da situação.
Ele destacou a luta constante dos moradores para que a Defesa Civil reconhecesse a localidade como uma área de risco. “Desde 2020, tentamos que nos realoquem, pois muitas casas aqui já apresentam afundamentos e rachaduras”, lamentou. Além do aspecto físico, a questão psicológica dos residentes também se agravou. Muitos deles estão tomando medicamentos para ansiedade, com receio de que um desastre maior possa ocorrer a qualquer momento.
Em resposta à situação, os moradores realizaram tentativas de contato com a Braskem, empresa responsável por obras na região. No entanto, as respostas recebidas indicaram que a companhia estava ciente dos problemas, mas sem soluções imediatas propostas. Em razão do tráfego de veículos pesados que circulam na rua, Amauri se preocupou ainda mais com a integridade do solo, pendurando faixas para alertar os motoristas sobre a necessidade de dirigir com cuidado.
A Defesa Civil de Maceió enviou equipes ao local e oficiou a Braskem, que, por sua vez, informou que está atuando para resolver a situação. A empresa reconheceu a realização de uma obra para substituir uma tubulação antiga, o que resultou no incidente que deixou a rua coberta de lama. Contudo, a Braskem negou qualquer relação entre o acidente e problemas conhecidos de subsidência que afetam a região.
Com a situação ainda não resolvida, a comunidade continua apreensiva e espera por uma solução definitiva para evitar novos transtornos e garantir a segurança dos moradores.