Entre as economias africanas que se destacaram, estão Guiné, Ruanda, Senegal e Líbia, apresentando crescimentos expressivos em suas economias. A conscientização sobre essas transformações levou analistas a classificarem 2025 como um ano amplamente positivo para a região. O professor de relações internacionais Anselmo Otávio ressalta que o continente está mais interligado e engajado na busca de soluções conjuntas para seus desafios.
Um exemplo notável desse reforço de autonomia é a Aliança do Sahel, formada por Burkina Faso, Mali e Níger, que busca resistir aos legados do neocolonialismo e promover uma integração regional mais eficaz. A África do Sul também se destaca neste cenário, não apenas pela sua influência política nas esferas internacionais, mas também por seu papel em causas globais, como o genocídio na Palestina, que culminou em atritos com os Estados Unidos.
Apesar dos progressos, o continente ainda enfrenta importantes desafios, como os conflitos na República Democrática do Congo e no Sudão. Ambos os países, ricos em recursos naturais, continuam vulneráveis a disputas pelo controle de suas riquezas. Especialistas alertam que a solução para esses conflitos requer esforços internos e um investimento significativo em infraestrutura, para garantir que os benefícios dos recursos naturais sejam devolvidos às populações locais.
Ademais, o ambiente internacional está se tornando mais complexo, com a crescente presença de potências como China, Rússia e Brasil, que oferecem alternativas às antigas relações de dependência, especialmente com nações ocidentais. Neste novo contexto multipolar, a União Africana também se posiciona como um ator relevante, participando de fóruns internacionais como o G20, o que pode resultar em melhorias na governança e na autonomia da região.
Os analistas esperam que, nas próximas reformulações, a União Africana possa se tornar menos tímida e mais incisiva, refletindo as necessidades e especificidades dos conflitos africanos. O futuro parece promissor, mas a resistência e a capacidade dos países africanos em se unirem contra desafios internos e externos serão cruciais para a construção de um futuro mais sustentável e autônomo.
