Os dados apontam que a inflação deve se estabilizar em torno de 4,4% ao final de 2025, influenciada pela diminuição nos preços dos alimentos. Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio registrou um crescimento significativo de 9,6%, totalizando aproximadamente R$ 3,13 trilhões. Contudo, as expectativas para 2026 são menos otimistas, com uma projeção de avanço de apenas 1%.
Um dos principais desafios previstos para o próximo ano é a questão fiscal. Com a taxa Selic em 15% e o risco de não cumprimento das metas fiscais, o governo pode ser obrigado a adotar medidas para aumentar a arrecadação, enquanto busca equilibrar o orçamento. Segundo a CNA, essa situação poderá impactar negativamente a atividade econômica, mantendo-a em um ritmo vulnerável.
Adicionalmente, a entidade manifesta preocupação em relação ao endividamento no setor rural. A inadimplência do crédito rural, que já apresenta um aumento significativo – alcançando 11,4% em outubro, o maior índice desde 2011 – evidencia a fragilidade da situação. Essa escalada é atribuída a fatores como problemas climáticos, elevados custos de produção, queda nos preços de commodities e juros altos.
No que diz respeito à produção agrícola, os dados indicam que a safra de 2025/26 deverá ser de 354,8 milhões de toneladas, representando um aumento de 0,8%. Assim, enquanto a soja deve registrar um crescimento expressivo, setores como o milho e o arroz enfrentam desafios, com quedas em suas produções.
Além disso, a produção de carne bovina deve sofrer uma redução de 4,5%, consequência das altas taxas de abate de fêmeas no ano anterior. O cenário externo também se mostra complicado, com tensões comerciais com os Estados Unidos e a União Europeia, além de potenciais restrições por parte da China em relação à carne bovina e à soja brasileira.
Diante desse panorama, a CNA defende que 2026 será um ano de reconstrução, enfatizando a necessidade de medidas estruturais. A entidade destaca a importância de se desenvolver instrumentos que mitiguem a vulnerabilidade financeira e climática dos produtores, alertando que a resiliência demonstrada em 2025 poderá não se repetir sem uma ação efetiva em diversas frentes.
