Expansão da ofensiva de Israel no sul da Faixa de Gaza cria linha divisória entre norte e sul do enclave controlado pelo Hamas



As Forças Armadas de Israel estão expandindo sua ofensiva para o sul da Faixa de Gaza depois do fim de um cessar-fogo de uma semana. De acordo com informações divulgadas pelo Exército israelense, muitos líderes do grupo fundamentalista islâmico Hamas estão escondidos na região, o que justifica o reforço da presença militar nessa área do enclave, que é controlado pelo Hamas. Para marcar o avanço terrestre em direção ao Rio Gaza, uma linha divisória entre norte e sul está sendo criada.

A ofensiva militar no sul ocorre apesar da crescente pressão internacional para proteger a população civil e retomar a trégua com o Hamas. No sábado, mediadores de Israel deixaram o Catar após o fracasso de negociações para um novo acordo. As ordens do Exército israelense para esvaziar mais áreas dentro e ao redor de Khan Younis, a segunda maior cidade do enclave localizada no sul, foram mais um exemplo do avanço da ofensiva militar.

Centenas de milhares de pessoas estão abrigadas em Khan Younis, tendo fugido do norte no início do conflito, após a ordem de retirada de Israel. Os bombardeios na cidade têm sido chamados de “implacáveis”, com a queda de “grandes bombas consistentemente” em diferentes partes do sul, conforme relatado por James Elder, do Fundo das Nações Unidas para a Infância.

O cenário descrito por Elder é de um hospital que parece uma “zona de guerra”, com crianças chegando com ferimentos graves e o grau de pânico nunca antes visto. Mohammed Ghalayini, um especialista em poluição palestino-britânico, descreveu a situação em Khan Younis como uma “catástrofe”. Já o Papa Francisco pediu que um novo cessar-fogo fosse implementado o mais rapidamente possível.

O alto-comissário da ONU para Refugiados descreveu a situação dos civis em Gaza como uma “crise de deslocamento”. O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, alertou que não há “lugar seguro em Gaza”. A ONU estimou que cerca de 1,8 milhão dos 2,2 milhões de habitantes de Gaza estão deslocados internamente.

Desde a retomada dos bombardeios na Faixa de Gaza, as Forças Armadas de Israel afirmam ter lançado mais de 400 ataques, enquanto o Ministério de Saúde do Hamas diz que os ataques dos últimos três dias deixaram quase 200 mortos. A guerra começou em 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel. Dela decorreram muitas mortes, sequestros e reféns.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou que as novas ações são necessárias para pressionar o Hamas a libertar os estimados 137 a 149 reféns ainda nas mãos do Hamas, que também afirma ter lançado foguetes contra cidades israelenses. A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, afirmou que muitos palestinos inocentes morreram, mas não questionou o direito de Israel à autodefesa.

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