Exército Brasileiro dá passo significativo ao lançar edital para compra de drones armados, destacando necessidade de modernização da força terrestre.

Na última terça-feira, 19 de março, o Exército Brasileiro deu um passo significativo em direção à modernização de suas capacidades militares ao lançar uma consulta pública para a aquisição de três unidades de drones armados do tipo Categoria 3. Este será o primeiro modelo desse tipo a ser incorporado às operações do Exército, que atualmente já utiliza outros sete drones focados em monitoramento. O objetivo é procurar inovações que potencializem a operacionalidade das forças terrestres.

O edital, assinado pelo general de brigada Marcelo Rocha Lima, prevê que os drones armados tenham características específicas, como um peso máximo de decolagem de 700 kgf, uma altitudes de até 19 mil pés e um alcance mínimo de 300 km. Essas especificações foram discutidas por especialistas da área, que consideram a aquisição de tecnologias de aviação um aspecto essencial para a segurança nacional e a defesa das fronteiras do Brasil.

O coronel reformado da Força Aérea Brasileira, Carlos Eduardo Valle Rosa, enfatizou que a busca por armamentos desse tipo representa uma evolução na capacidade do Exército, que pode utilizar esses drones como uma ferramenta crucial em operações de combate, diferentemente do que ocorre com a Aeronáutica, que tende a operar por meio de aeronaves maiores.

A análise do contexto geopolítico é fundamental nesse cenário, já que as aquisições militares geralmente estão atreladas a interesses políticos. A tradição de cooperação entre Brasil e Israel na área de defesa, por exemplo, tem sido impactada por recente tensões políticas, especialmente após a ofensiva israelense na Faixa de Gaza. Essa situação leva a hesitações quanto à formalização de acordos de longo prazo com países que podem não estar alinhados com a atual administração brasileira.

Além disso, o edital impõe que os fornecedores não possuam restrições relacionadas à Regulação Internacional do Tráfego de Armas (ITAR) dos Estados Unidos, uma regulamentação que pode restringir o comércio com países que não são aliados diretos dos EUA. A inclusão dessa cláusula no edital é vista como uma tentativa de garantir a legalidade e transparência no processo de aquisição.

Por fim, a possibilidade de incluir drones iranianos na disputa por licitação também foi mencionada. Embora o Irã disponha de tecnologias avançadas na fabricação de drones, os obstáculos legais e políticos podem limitar a participação desse país no processo. Valendo-se de uma análise mais ampla, especialistas acreditam que a consulta pública do Exército representa um marco essencial para a modernização das forças armadas brasileiras, trazendo tecnologias que, longe de serem meramente futuristas, são uma necessidade premente no cenário atual de defesa.

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