De acordo com um documento assinado por Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, um dos motivos que levou à suspensão da convenção foi o desempenho eleitoral insatisfatório do partido nas últimas eleições. Essa justificativa deixou Aloysio Nunes bastante irritado, comparando a situação com um assalto do Hamas ao PSDB. Ele questionou o motivo de quererem atingir a seção mais forte e melhor organizada do partido, que já governou por diversas vezes o Estado de São Paulo, além de ter sido responsável pela indicação de três candidatos à Presidência da República e um candidato à vice-presidência.
O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, também demonstrou concordância com a insatisfação do ex-senador. Ele classificou a decisão da executiva nacional como uma atitude impensada, que revela a falta de compreensão do que é a democracia tucana, tratando-a como uma afronta autoritária.
Outro motivo apresentado pelo PSDB para a suspensão da convenção foi a perda de prefeitos do interior paulista para outras legendas. Essa perda já vem ocorrendo desde a derrota de Rodrigo Garcia na eleição do ano passado, que marcou a primeira vez em que o partido foi derrotado no Estado em quase três décadas.
Os problemas enfrentados pelos tucanos em São Paulo não se limitam à esfera municipal, também afetam a esfera federal. No mês passado, a convenção do partido na capital paulista foi alvo de um processo judicial. Integrantes do PSDB da cidade tentaram derrubar a decisão do diretório estadual de suspender a convenção, que acabou ocorrendo mesmo sem a avaliação judicial. Além disso, a executiva estadual, comandada por Marco Vinholi, ex-deputado estadual, impediu a escolha do novo presidente na maior cidade do país.
É evidente que o clima dentro do PSDB está bastante conturbado, com divergências entre a executiva nacional e lideranças expressivas do partido em São Paulo. Resta esperar como essa situação se desdobrará nos próximos meses e quais serão as consequências políticas desse racha interno.