Executado com um tiro na cabeça em um possível crime passional, o notório chefe foi levado já sem vida a uma unidade de atendimento médico na noite do último domingo. A polícia investiga a possibilidade de que a responsável pelo disparo seja sua amante, que foi detida no local do crime. Além disso, a hipótese de um acerto de contas interno dentro da facção também está sendo considerada.
Desde 2018, Professor estava foragido e acumulava 65 anotações criminais. Ele tinha sob sua gestão o tráfico na Fazendinha, situada no Complexo do Alemão, sendo o responsável pela entrada de armamentos pesados em diversas comunidades controladas pelo CV, especialmente na Zona Oeste do Rio. A Polícia Federal havia revelado que ele mantinha contatos com fornecedores no Paraguai, Bolívia, Colômbia e até na Europa, configurando uma rede complexa e estruturada de narcotráfico.
Profundamente envolvido na relação entre o crime organizado e as forças de segurança, Professor também era conhecido por atuar como intermediário, estabelecendo diálogos diretos com policiais militares, como evidenciado pela Operação Dakovo, que trouxe à tona conversas onde ele solicitava a retirada de operações policiais em áreas específicas, tentando proteger os interesses do CV durante ações de repressão.
Internamente, era observado como um líder moderado e pragmático, buscando manter a paz entre diferentes facções e evitando conflitos que poderiam comprometer os lucros do tráfico. No entanto, sua morte repentina cria um vácuo de liderança em uma das regiões mais críticas do narcotráfico carioca.
Com o falecimento de Professor, especula-se que uma intensa disputa pelo poder se inicie, não apenas entre rivais históricos do CV, mas também entre aliados. Fontes da inteligência da Polícia Civil indicam que isso pode resultar em uma escalada de violência nas comunidades sob domínio da facção, especialmente no Alemão e áreas circunvizinhas. Relatos sugerem que novas lideranças poderão surgir, com tendências mais violentas e impulsivas, elevando a tensão local.
As investigações sobre o assassinato de Professor estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital. As autoridades, no entanto, afirmam que essa morte não põe fim ao inquérito da Operação Dakovo, podendo, na verdade, abrir novas linhas de investigação sobre os que se beneficiavam diretamente com a sua liderança ou que possam estar interessados em preencher o vazio deixado por sua ausência. A situação permanece delicada, refletindo a complexidade do tráfico de drogas e suas interações com a segurança pública no Brasil.