A professora de redação Bárbara Soares, atuando em Brasília, destaca a importância do tema, especialmente considerando o aumento da população idosa no Brasil. Segundo ela, a abordagem permite um exame crítico das relações sociais e das políticas públicas direcionadas a esse grupo, ressaltando a necessidade de combater o preconceito que muitas vezes rodeia o envelhecimento. Isso se torna ainda mais evidente ao se considerar os recentes episódios de desvio de recursos destinados a aposentadorias, um agravante que reforça a urgência de pensarmos em maneiras de proteger esses cidadãos.
Soares enfatiza que o Enem tem a capacidade de “colocar uma lupa” sobre problemas que afetam grupos vulneráveis, evidenciando que violências e injustiças sociais estão intrinsecamente ligadas. Nesse contexto, o Enem de dois anos atrás, que abordou a invisibilização do trabalho de cuidado desempenhado por mulheres, revela um padrão de preocupação da instituição com questões sociais relativamente negligenciadas.
Já o professor Thiago Braga, que leciona no Rio de Janeiro, lembra que até 2070, cerca de 40% da população brasileira será composta por idosos, exigindo uma discussão interdisciplinar e abrangente nas escolas. Nessa linha, ele salienta a transformação da pirâmide etária e menciona que a existência de um Estatuto do Idoso, instituído em 2003, pode fornecer uma base teórica sólida para os alunos explorarem nas redações.
Em ambos os casos, o potencial do Exame para estimular debates críticos sobre o envelhecimento se destaca como um componente essencial na formação dos jovens. Trata-se de uma reflexão sobre como a sociedade pode responder às crescentes necessidades dessa população, promovendo um diálogo mais inclusivo e consciente. Assim, as redações não apenas se tornam um exercício de escrita, mas um veículo para a mudança social e a conscientização sobre o envelhecimento na sociedade brasileira.
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