Durante sua gestão, Gomes teve um papel controverso na tentativa de liberar joias importadas da Arábia Saudita que haviam sido retidas no Aeroporto Internacional de São Paulo. Esses itens, que foram presenteados ao então presidente, ficaram apreendidos na alfândega e se tornaram alvo de disputas internas. De acordo com apurações da CGU, Gomes pressionou servidores da Receita Federal para que as joias fossem liberadas, gerando preocupação sobre a ética e a legalidade de suas ações.
A demissão de Gomes foi oficializada na edição do Diário Oficial da União desta segunda-feira e, além disso, ele foi banido de assumir cargos públicos federais por um período de cinco anos. Esta medida reflete a seriedade das acusações e a postura da CGU em relação à transparência e à integridade na administração pública. A investigação também apontou semelhanças na conduta de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que, assim como Gomes, esteve envolvido na pressão pela liberação das joias, especialmente nos últimos dias do governo anterior.
Julio César Vieira Gomes, que formalmente atuava como auditor fiscal, havia solicitado sua exoneração do cargo em 2023. Contudo, esse pedido foi suspenso pela Receita Federal em decorrência da investigação em andamento. Em busca de uma solução, Gomes recorreu à Justiça Federal, onde conseguiu uma liminar que o permitiu se exonerar antes da conclusão do processo disciplinar. Com a demissão agora oficializada, a questão das joias e o uso do poder público para interesses pessoais segue sendo um episódio emblemático na história recente da administração pública brasileira.









