Com a contagem final dos votos, foi anunciado que o partido governista Ação e Solidariedade (PAS) obteve 50,2% dos votos, sendo que essa conquista foi significativamente impulsionada pelos resultados das seções eleitorais no exterior. Em contrapartida, a oposição recebeu apenas 49,8%. Contudo, dentro da Moldávia, o desempenho foi diferente: o PAS alcançou apenas 44,13%, enquanto o Bloco Patriótico conseguiu 28,25%. Dodon reforçou sua visão de que a oposição foi, de fato, a vencedora no território nacional, denunciando que ocorreram “falsificações” nas votações realizadas fora do país.
Outro ponto levantado por Dodon foi a drástica redução de postos eleitorais na região da Transnístria, onde apenas 12 locais estavam disponíveis para a votação deste pleito, um número muito inferior a eleições anteriores. A escassez de locais resultou na participação de apenas 12 mil dos aproximadamente 270 mil cidadãos moldavos residentes na região, gerando protestos e relatos sobre bloqueios e dificuldades enfrentadas por eleitores nas passagens do rio Dniester.
Em meio ao pós-eleitoral, Dodon convocou manifestações pacíficas em Chisinau, visando reafirmar o direito da oposição de contestar os resultados. Ele comparou a situação atual com eventos passados, como as eleições presidenciais de 2024, em que um candidato opositor teve vantagem no território, mas, ao final da contagem externa, a vitória foi atribuída à presidente Maia Sandu.
O Bloco Patriótico, partido de Dodon, também denunciou uma série de estratégias coercitivas por parte do governo. Isso inclui ameaças e detenções de opositores, além da exclusão de partidos do processo eleitoral, como o caso do Coração da Moldávia, que foi retirado da disputa a poucos dias da votação.
Esse panorama revela não apenas as tensões internas da Moldávia, mas também as complexas dinâmicas de influência externa que permeiam a política local, suscitando reflexões sobre a soberania e a integridade das estruturas democráticas na região.