Ex-presidente da Tunísia condenado a 8 anos de prisão por tentativa de “provocar desordem” no país, afirmam meios de comunicação.

O ex-presidente da Tunísia, Moncef Marzouki, uma figura histórica na política do país, foi condenado a oito anos de prisão por tentativa de “provocar desordem” no país, de acordo com informações divulgadas pela imprensa local na última sexta-feira. A sentença foi imposta pela Câmara Criminal do Tribunal de Primeira Instância de Tunes, em um julgamento à revelia.

Marzouki, que foi o primeiro presidente democraticamente eleito na Tunísia após a revolução de 2011, atualmente reside na França. Ele foi acusado com base em declarações feitas em suas redes sociais, que teriam como objetivo a tentativa de “mudar a forma de governo”, “incitar a população a se armar” e “provocar desordem e saques no país”.

Além dessa condenação, Marzouki também havia sido sentenciado a quatro anos de prisão no final de 2021, por supostamente “atentar contra a segurança do Estado no estrangeiro”. Na ocasião, ele fez apelos na França para que o governo não apoiasse o atual presidente, Kais Saied.

Kais Saied assumiu o poder de forma controversa em junho de 2021, ao destituir o primeiro-ministro e fechar o Parlamento. Desde então, Marzouki tem se destacado como uma voz crítica ao governo, chamando Saied de “golpista” e “traidor” em várias aparições na televisão e nas redes sociais.

Marzouki, reconhecido por sua luta contra a ditadura de Ben Ali e por seu papel na Primavera Árabe, é uma figura importante na história política da Tunísia. No entanto, sua aliança controversa com o partido islâmico conservador Ennahdha tem gerado críticas e enfraquecido sua imagem perante o público.

Diante dessas recentes condenações, a situação política na Tunísia permanece tensa, com divisões profundas entre os diferentes atores políticos do país. A condenação de Marzouki levanta questões sobre liberdade de expressão e democracia na nação norte-africana, em um momento de grandes desafios e incertezas para o futuro da Tunísia.

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