Marzouki, que foi o primeiro presidente democraticamente eleito na Tunísia após a revolução de 2011, atualmente reside na França. Ele foi acusado com base em declarações feitas em suas redes sociais, que teriam como objetivo a tentativa de “mudar a forma de governo”, “incitar a população a se armar” e “provocar desordem e saques no país”.
Além dessa condenação, Marzouki também havia sido sentenciado a quatro anos de prisão no final de 2021, por supostamente “atentar contra a segurança do Estado no estrangeiro”. Na ocasião, ele fez apelos na França para que o governo não apoiasse o atual presidente, Kais Saied.
Kais Saied assumiu o poder de forma controversa em junho de 2021, ao destituir o primeiro-ministro e fechar o Parlamento. Desde então, Marzouki tem se destacado como uma voz crítica ao governo, chamando Saied de “golpista” e “traidor” em várias aparições na televisão e nas redes sociais.
Marzouki, reconhecido por sua luta contra a ditadura de Ben Ali e por seu papel na Primavera Árabe, é uma figura importante na história política da Tunísia. No entanto, sua aliança controversa com o partido islâmico conservador Ennahdha tem gerado críticas e enfraquecido sua imagem perante o público.
Diante dessas recentes condenações, a situação política na Tunísia permanece tensa, com divisões profundas entre os diferentes atores políticos do país. A condenação de Marzouki levanta questões sobre liberdade de expressão e democracia na nação norte-africana, em um momento de grandes desafios e incertezas para o futuro da Tunísia.
