Ex-policial se acorrenta em protesto por mais atendimento médico na PMDF, em uma ação que já dura seis horas.



Ex-policial militar se acorrenta em protesto por mais atendimento médico na PMDF

Na tarde desta quinta-feira (2/1), um ex-policial militar causou comoção ao se prender a uma grade do Quartel do Comando-Geral (QG) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), localizado no Setor Policial Sul. Carlos Victor Fernandes Vitório, ex-cabo da corporação, é o protagonista desse ato de protesto que chama a atenção para a necessidade de mais atendimento médico, especialmente no que diz respeito à saúde mental dos militares.

O ex-policial chamou a atenção de quem passava pelo local ao permanecer acorrentado do lado de fora do QG da PMDF. Até o momento da reportagem, ele estava sentado no chão, em jejum, utilizando uma máscara no rosto, e já se encontrava nessa posição por cerca de seis horas.

Em entrevista ao Metrópoles, Carlos Victor Fernandes Vitório explicou que o protesto tem como objetivo salvar vidas. Ele ressaltou que, no ano de 2024, houve um triste episódio em que 10 policiais militares tiraram a própria vida, o que reforça a importância de garantir um suporte adequado à saúde mental dos integrantes da corporação.

Dentre as críticas feitas pelo ex-cabo, está a atuação da comandante-geral da PMDF, Ana Paula Habka. Para Vitório, a falta de ação efetiva por parte da comandante reflete diretamente na descredibilização de redes médicas que antes atendiam os militares.

O protesto de Carlos Victor Fernandes Vitório também remete às lembranças das mortes do segundo-sargento Paulo Pereira de Sousa e do primeiro-soldado Yago Monteiro Fidelis, ocorridas em janeiro de 2024. Segundo o ex-policial, tais tragédias poderiam ter sido evitadas, já que o segundo-sargento apresentava um quadro clínico grave, mas foi obrigado a retornar ao serviço, recebendo novamente uma arma.

Vitório foi expulso da PMDF em março de 2024, após ter realizado críticas à postura do comando da corporação em relação à pandemia de Covid-19. O processo administrativo que resultou em sua expulsão citou condutas irregulares e atos que afetavam a honra pessoal. Em suas declarações, o ex-cabo reforça que o seu desligamento da corporação não é o foco principal, e sim o número de vidas que vêm sendo perdidas.

A Polícia Militar do Distrito Federal emitiu uma nota oficial em resposta ao protesto de Carlos Victor. Na comunicação, a corporação destaca as ações realizadas para aprimorar a saúde mental dos policiais, incluindo parcerias com clínicas especializadas, ampliação do atendimento psicológico e psiquiátrico, e diversas iniciativas de prevenção ao suicídio e promoção da saúde mental.

A nota evidencia um compromisso da atual gestão da PMDF em melhorar o suporte à saúde mental dos policiais, reafirmando a prioridade em oferecer um ambiente de trabalho saudável e seguro. Além disso, são citadas parcerias com outras entidades, como o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e a Secretaria de Saúde, visando ampliar o acesso a serviços médicos especializados.

Diante desse cenário, fica evidente a importância de se investir na saúde mental dos profissionais da segurança pública, garantindo o bem-estar e a qualidade de vida indispensáveis para o exercício da profissão. Para evitar mais tragédias e potencializar a eficiência das ações policiais, é fundamental que haja um olhar atento e cuidadoso em relação à saúde mental daqueles que arriscam suas vidas diariamente em prol da segurança da sociedade.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo