O ex-soldado da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Djair Oliveira de Araújo, está sendo investigado pela Polícia Civil por um golpe estimado em mais de R$ 30 milhões aplicado em colegas de farda e até em integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Segundo relatos das vítimas, Djair usava dinheiro dos investidores aportado em sua empresa para fazer doações à campanha eleitoral.
Cerca de vinte pessoas que amargaram prejuízos altíssimos após perderem todo o capital investido denunciaram o ex-policial. Um trader que se intitulava um “gênio” do mercado financeiro teria enganado até colegas de farda, vendendo a eles a promessa de lucros altíssimos com investimentos na empresa.
Além disso, o ex-soldado da PM se envolveu em questões políticas ao fazer uma doação de R$ 5,8 mil para o candidato a deputado estadual pelo Partido Liberal, sargento Alexandre Martins, que foi seu ex-sócio na empresa usada para operar no mercado financeiro. Apesar do apoio financeiro, o candidato não foi eleito.
Djair costumava ostentar nas redes sociais uma vida luxuosa, com viagens internacionais, carros caros e jantares em restaurantes sofisticados, atraindo a atenção de colegas de farda e outras pessoas interessadas em investir. Ele montou um escritório no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, onde atraía uma grande variedade de clientes em potencial, incluindo policiais militares e profissionais liberais.
As vítimas relatam que Djair utilizava o emblema do Bope, conhecido como “faca na caveira”, em vídeos motivacionais publicados nas redes sociais para passar uma imagem de credibilidade aos investidores. De acordo com as denúncias, o ex-policial operava uma enorme pirâmide financeira que acabou quebrando, deixando um rastro de prejuízo.
O esquema envolvendo Djair teve um impacto significativo entre os investidores, com pelo menos nove ocorrências policiais registradas em diferentes delegacias. Uma das vítimas, um engenheiro civil que acreditava no potencial do trader, transferiu cerca de R$ 595 mil e acabou perdendo todo o dinheiro investido.
Em meio às acusações, Djair se defendeu, alegando que sua empresa não faliu e que as acusações de golpe são infundadas. Segundo ele, a maioria dos investidores eram funcionários da empresa e parentes próximos, e a receita da empresa vinha da venda de sistemas e infoprodutos. O ex-militar está aguardando a decisão da Justiça, enquanto as vítimas buscam recuperar o dinheiro perdido e alertar outros potenciais investidores sobre a prática ilegal do ex-soldado da PM carioca.