O inquérito, que segue tramitando sob segredo de Justiça, foi inicialmente galvanizado por denúncias feitas à organização Me Too Brasil, que atua na denúncia e conscientização sobre questões de assédio e violência de gênero. Dentre as vítimas que trouxeram à tona suas experiências está Anielle Franco, atual ministra da Igualdade Racial, que afirmou ter sido importunada sexualmente por Almeida em mais de uma ocasião. Segundo seu depoimento à Polícia Federal em outubro de 2024, os incidentes ocorreram desde 2022 e foram particularmente notórios durante a transição de governo pós-eleições.
Como resposta às acusações, Almeida negou as ações e se colocou na posição de vítima, alegando que se tratava de uma armação contra sua pessoa. Ele até utilizou suas redes sociais para manifestar sua intenção de provar inocência e desmentir as alegações.
O impacto dessa situação não é apenas pessoal, mas também político. Almeida foi desligado do governo Lula em setembro do ano passado, um gesto que pode ser visto como uma tentativa de preservar a integridade da administração pública diante de um escândalo que poderia comprometer suas políticas de direitos humanos. Com o inquérito agora sob a supervisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro André Mendonça terá a responsabilidade de examinar os detalhes e as evidências coletadas.
Essa situação ressalta as tensões em relação a questões de gênero e a luta contra a impunidade em casos de importunação sexual no Brasil, um tema que continua a mobilizar a sociedade civil e a gerar debates acalorados entre juristas, políticos e a população em geral. A repercussão desse caso pode trazer à tona novas discussões sobre a necessidade de aplicar legislações mais rigorosas e eficazes para combater o assédio e garantir maior proteção às vítimas.
