Ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira depõe ao STF sobre seu papel na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro e nega envolvimento em fraudes eleitorais.



Na tarde desta terça-feira, 10 de junho de 2025, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, que atuou no governo de Jair Bolsonaro, compareceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar depoimento sobre os eventos relacionados ao 8 de janeiro, dia em que houve uma tentativa de golpe de Estado. Durante sua declaração, Nogueira se defendeu das acusações e negou qualquer intenção de confrontar as instituições democráticas, em especial o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O general enfatizou que não tinha conhecimento sobre uma suposta minuta ligada a fraudes nas urnas eletrônicas e declarou não ter participado, de nenhuma maneira, da elaboração de um plano golpista que buscasse assegurar a continuidade de Bolsonaro no poder. “Esse documento eu não sei do que se trata […] Não houve reunião, não levei relatório para o presidente assinar, e jamais fui pressionado por ele,” declarou Nogueira, ressaltando seu respeito e lealdade a Bolsonaro.

O ex-ministro, que pediu desculpas por declarações anteriores consideradas infelizes, afirmou que não teve a intenção de se referir ao TSE como um “inimigo”. Ele reconheceu que suas palavras poderiam ter sido interpretadas de maneira negativa, mas enfatizou que sua postura sempre foi de respeito pelas instituições.

Mais cedo, o próprio ex-presidente Bolsonaro foi interrogado, seguido por uma série de outras figuras de destaque na administração, como o almirante Almir Garnier, que afastou qualquer responsabilidade sobre a movimentação das tropas para planear um golpe. Garnier confirmou, no entanto, sua participação em uma reunião no Palácio da Alvorada, onde se discutiu a possibilidade de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem.

Ainda no âmbito das investigações, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, amigo de Bolsonaro, foi questionado sobre sua suposta responsabilidade na facilitação dos atos de vandalismo que ocorreram nos prédios dos Três Poderes. Ele já havia sido preso durante as investigações. Os depoimentos devem passar por vários outros membros do governo anterior, com os interrogatórios iniciados recentemente e a expectativa de que outras figuras chave também sejam chamadas a depor, incluindo aqueles que já colaboraram com a Polícia Federal.

Neste contexto, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid foi o primeiro a depor, afirmando ter presenciado os eventos, mas não participado diretamente deles. A coleta de testemunhos ocorre de forma presencial na Corte, com exceção de casos específicos, como o do ex-ministro Braga Netto, que se encontra sob custódia e será ouvido via videoconferência.

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