Ex-ministro do Turismo é preso por suposta tentativa de facilitar saída do Brasil de ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, revela investigação da Polícia Federal.



Na manhã desta sexta-feira, 13 de outubro, a Polícia Federal (PF) realizou a prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado em Recife, Pernambuco. A detenção ocorre em um contexto de investigações que o vinculam a tentativas de facilitar a evasão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo as informações repassadas pela PF e pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Machado buscou a obtenção de um passaporte português para Cid, o que levantou a suspeita de que ele estaria tentando facilitar a saída do militar do Brasil.

A PGR já havia solicitado a abertura de um inquérito autônomo, que atualmente tramita em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a condução do ministro Alexandre de Moraes. A representação feita ao STF, pelo procurador-geral Paulo Gonet, revela que a PF encontrou indícios de que o ex-ministro estava, de fato, agindo para obstruir investigações que envolvem uma organização criminosa. A acusação de obstrução de justiça é uma das mais graves, especialmente em um contexto onde a aplicação da lei penal está em jogo, e isso se torna ainda mais pertinente considerando a proximidade do encerramento da instrução processual no caso de Cid.

Gilson Machado, ao chegar ao Instituto de Medicina Legal (IML) em Recife para realizar um exame de corpo de delito, negou as acusações. Ele declarou à imprensa que é inocente e afirmou que sua única intenção ao contatar o Consulado de Portugal foi para solicitar um passaporte para seu pai. Essa defesa é contradita por informações que indicam que, em 12 de maio, ele teria efetivamente procurado o consulado com o intuito de obter o passaporte para Cid.

Por sua vez, a defesa de Mauro Cid ressalta que ele tem cumprido todas as medidas cautelares impostas pelo STF e nega que o tenente-coronel tenha solicitado um passaporte português ou que tenha quaisquer planos de deixar o país. Este novo desdobramento na investigação se dá em um cenário mais amplo de investigações envolvendo a trama golpista, onde Cid é um dos réus e já fechou um acordo de delação premiada. Esse contexto revela a complexidade e a gravidade das acusações que envolvem atores de alta relevância política no país.

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