O caso envolvendo a criação irregular de pássaros por Torres foi arquivado pela Justiça a pedido do Ministério Público Federal em maio deste ano. No entanto, as operações realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na residência do ex-ministro, enquanto ele estava sob custódia do Supremo Tribunal Federal, geraram impacto negativo para a imagem da corporação policial.
Durante as operações, foram confiscados 55 animais, sendo que 16 deles vieram a óbito sob a guarda do Ibama. Além disso, um agente do órgão ambiental envolvido na apreensão das aves fez críticas públicas ao presidente Jair Bolsonaro durante as eleições de 2022. Torres também alegou o sumiço de sua ave de estimação mais valiosa, o que motivou um pedido de investigação à Polícia Federal.
O presidente da comissão da PF responsável pelo julgamento do caso foi o delegado Clyton Eustáquio Xavier, que havia sido demitido por Torres em 2021, quando este ocupava o cargo de ministro da Justiça no governo Bolsonaro. A demissão resultou em uma redução de R$ 14 mil no salário de Xavier. Apesar do pedido de afastamento do delegado do caso, a solicitação de Torres não foi atendida.
Após o indiciamento, a defesa de Anderson Torres deverá se manifestar, e a decisão final caberá à Corregedoria da Polícia Federal. A expectativa é que o desfecho do processo interno traga esclarecimentos sobre as circunstâncias que envolveram a apreensão das aves e as polêmicas decorrentes desse episódio.