Ex-ministro Anderson Torres depõe sobre suposto golpe e revela que apoiadores de Bolsonaro eram, em sua maioria, pessoas em situação de rua

Nesta terça-feira, 10 de outubro, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, compareceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar depoimento em um julgamento que investiga um suposto plano de golpe de Estado vinculado à tentativa de contestar os resultados da eleição presidencial de 2022. Durante o seu interrogatório, Torres fez declarações sobre os acampamentos mantenedores de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que muitos dos participantes eram, na verdade, pessoas em situação de rua e com vulnerabilidade social.

O ex-ministro é um dos réus em um importante processo penal que envolve outras sete pessoas, todas consideradas parte do “núcleo 1” da suposta conspiração para desvirtuar a democracia brasileira. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou evidências que sustentam as alegações contra Torres, incluindo trocas de mensagens que sugerem sua participação em um plano que visaria dificultar o acesso de eleitores que se opuseram a Bolsonaro às urnas, utilizando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) como um dos mecanismos para implementar essa estratégia.

A investigação sobre o ex-ministro trouxe à tona detalhes alarmantes, com a apreensão, em sua residência, de uma minuta de decreto que contemplaria ações de intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esse documento, que levantou sérias preocupações sobre a integridade do processo democrático no Brasil, tinha como alvo o TSE, que na época era presidido pelo ministro Alexandre de Moraes.

Os desdobramentos deste caso são cruciais para a compreensão da dinâmica política atual do Brasil e seu impacto na democracia. A atuação de Torres, assim como dos demais réus, levanta questões significativas sobre os limites do poder e a responsabilidade dos líderes e instituições no fortalecimento da democracia. O depoimento no STF não apenas coloca o ex-ministro sob os holofotes da Justiça, mas também reflete um momento crítico na narrativa política do país, onde a proteção do Estado democrático de direito se torna cada vez mais imperativa.

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