Rebelo, que também é presidente da Fundação Ulysses Guimarães, defende que o Brasil precisa equilibrar a proteção ambiental com medidas que possibilitem o desenvolvimento econômico. Em sua visão, a Amazônia representa uma dádiva natural que deve ser não apenas preservada, mas também compreendida em sua totalidade. Para isso, um inventário das riquezas da floresta é primordial, uma vez que a falta de conhecimento gera distorções frequentemente promovidas por entidades externas.
O ex-ministro não hesita em afirmar que a falta de infraestrutura na Amazônia – incluindo transporte, rodovias e portos – é um entrave ao progresso. Ele argumenta que o Brasil tem potencial para rivalizar com potências como China e Estados Unidos, mas essa capacidade é limitada enquanto os recursos amazônicos permanecerem “imobilizados.”
A proposta de Rebelo vai além da presença militar. Ele enfatiza a importância de multiplicar pelotões nas fronteiras e incentivar a inclusão de indígenas nas forças armadas, criando centros de formação específicos para essas comunidades. Nesse contexto, destaca a importância da comunicação na língua indígena como uma estratégia de segurança nacional.
A crítica à ideia de internacionalização da Amazônia é outro ponto central delibertado por Rebelo. Para ele, tal proposta é “absurda” e açodada, abrindo caminho para a hegemonia de potências militares, especialmente dos Estados Unidos, que, segundo ele, utilizam diversas justificativas para exercer influência na região.
A experiência prévia na aplicação da operação Ágata, que conseguiu reduzir substancialmente ilícitos transfronteiriços, demonstra que a presença militar efetiva é um componente crucial para a segurança na Amazônia. A falta de fiscalização na região, em contraste com o controle aéreo, evidencia a necessidade de maior investimento em patrulhas aquáticas para controlar as rotas utilizadas pelo narcotráfico, que se adaptou às deficiências da vigilância fluvial.
Assim, ao propor a construção de submarinos para patrulhar os rios amazônicos, Rebelo vislumbra um Brasil mais forte e preparado para defender seus interesses em uma região que é, ao mesmo tempo, um patrimônio nacional e um alvo estratégico de interesses internacionais.