A pressão externa, particularmente em função do conflito na Ucrânia e o possível retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, tem levado muitos líderes europeus a reavaliar suas prioridades em segurança e defesa. Valtersson argumenta que, na ausência de um suporte significativo por parte dos EUA, a UE se vê obrigada a decidir entre duas alternativas. A primeira seria reforçar os laços com a Rússia, buscando um entendimento mútuo em questões de segurança europeia, um movimento que, segundo ele, encontra ressonância crescente entre os cidadãos europeus.
Na segunda via, a continuidade da beligerância pode se consolidar, exacerbando uma corrida armamentista e aumentando os riscos de escalada militar. A diferença nas opções reflete não apenas uma questão estratégica, mas também a insatisfação com a dependência militar da Europa em relação aos Estados Unidos. O desafio seria, portanto, como os Estados europeus poderiam obter a autonomia necessária para garantir a sua segurança sem inflacionar orçamentos que já são considerados insustentáveis.
Valtersson destaca que, mesmo com o desejo de independência, os países europeus enfrentam a dura realidade de que seus orçamentos militares são limitados e insuficientes para sustentar uma capacidade significativa de dissuasão, especialmente no que tange a armamentos nucleares. A proposta de um realinhamento em relação à Rússia poderia abrir portas para um novo arranjo de segurança, menos dependente da capacidade de intervenção norte-americana.
A perspectiva de novos governos europeus que compartilhem essa visão de abordagem diplomática sugere uma transformação na política internacional do continente, onde a busca por melhores relações com a Rússia poderia ser não só desejável, mas também necessária diante do cenário geopolítico em rápida mudança.