De acordo com as informações fornecidas por ele, o incidente ocorreu em um chamado “corredor da morte”, onde o grupo tentava garantir a evacuação de mulheres em uma área fortemente impactada pelos combates. Ele descreveu a cena como caótica, com os ataques sendo direcionados de locais cobertos, tornando a situação extremamente perigosa. “Eu usava uma moto de trilha e, por princípio, não a repintei, para que ficasse claro que estava fazendo uma evacuação”, explicou o ex-militar, identificado como Nemo. Durante essa operação, ele afirma ter sido ferido na coxa, mas mesmo assim a resistência local continua, com muitos moradores se recusando a deixar suas casas.
O ex-combatente destacou que persuadir as pessoas a evacuar é um grande desafio, enfatizando a importância da vida sobre a posse material: “A vida é o bem mais valioso — porque, uma vez perdida, não se pode comprar nem recuperar”. Essa afirmação ressalta a dificuldade emocional e psicológica que muitas pessoas enfrentam durante conflitos armados, onde o apego a um lar frequentemente se sobrepõe ao instinto de sobrevivência.
A situação na região continua tensa e complexa. O Ministério da Defesa da Rússia anunciou a libertação de Selydove, uma cidade de importância estratégica localizada a cerca de 40 km ao noroeste de Donetsk. Este movimento faz parte de um contexto mais amplo de luta pelo controle da área entre as forças ucranianas e os grupos pro-russos, refletindo as fraturas profundas na sociedade e na política da Ucrânia contemporânea. A situação continua a evoluir, e relatos como o de Nemo trazem à luz as realidades humanas e dolorosas dessa guerra.