Wynn-Williams alega que a Meta não apenas disponibilizou informações pessoais de seus usuários para as autoridades chinesas, mas também desenvolveu protótipos de inteligência artificial (IA) que poderiam ser usados para finalidades tanto comerciais quanto militares. Um exemplo mencionado foi a entrega do código da IA, chamada Llama, ao Partido Comunista Chinês (PCC), em um ato considerado por ela como uma traição aos valores americanos e uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos.
Durante sua declaração, a ex-funcionária da Meta afirmou que a empresa, sob a liderança de Zuckerberg, priorizou a expansão de seus negócios na China, o que gerou uma relação controversa e questionável com o governo autoritário. Wynn-Williams argumentou que, durante anos, diretores da Meta enganaram não apenas seus funcionários e investidores, mas também o público americano em relação às suas práticas na China, com o intuito de lucrar com um mercado que vale bilhões.
Além disso, Wynn-Williams apresentou documentos ao Congresso que supostamente comprovam que a Meta utilizava um sistema que permitia ao governo chinês derrubar postagens consideradas indesejáveis dentro do território. Em resposta a essas alegações, a Meta rapidamente negou qualquer veracidade nas afirmações de Wynn-Williams. Um porta-voz da empresa, Ryan Daniels, afirmou que o depoimento está “desconectado da realidade” e repleto de “afirmações falsas”, ressaltando que, apesar de interesses anteriores, a Meta não opera atualmente em solo chinês.
A situação é ainda mais complexa porque Wynn-Williams recentemente publicou um livro que denuncia assédio sexual e comportamentos inadequados por parte de executivos da Meta, o que fez com que a empresa movesse um processo judicial buscando proibir a distribuição do material. A Meta argumenta que o conteúdo do livro viola uma cláusula de não difamação acordada na demissão de Wynn-Williams em 2017, embora a editora do livro siga em frente com sua distribuição.
O desdobramento dessas alegações levanta questões cruciais sobre a privacidade dos usuários e o papel das grandes empresas de tecnologia no cenário geopolítico atual, especialmente em um mundo cada vez mais polarizado entre os Estados Unidos e a China.