Ex-deputado Eduardo Porto é alvo de investigação da PF por supostos desvios em contratos de R$ 800 milhões em Pernambuco durante operação Firenze.

Na manhã da última quinta-feira, a Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU) realizaram a operação Firenze, que investiga possíveis irregularidades nas licitações e contratos administrativos referentes à prestação de serviços terceirizados em Pernambuco. O ex-deputado estadual Eduardo Porto, delegado aposentado e figura emblemática na política local, está entre os alvos das investigações. Eduardo vem de uma influente família de políticos no estado, sendo irmão do atual presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Álvaro Porto, e tio do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Eduardo Lyra Porto.

A operação, que mobilizou 95 agentes da PF e seis auditores da CGU, cumpriu 19 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Jaboatão dos Guararapes, Recife e até mesmo São Paulo. As investigações são resultado de denúncias que alertaram sobre a contratação irregular de empresas em Timbaúba. A PF suspeita que Eduardo Porto possa estar por trás do controle de um grupo de empresas que, entre 2021 e 2024, conquistaram mais de R$ 880 milhões em contratos públicos, registradas em nomes de supostos laranjas.

Os investigadores descobriram que as mencionadas companhias estavam interligadas e se alternavam nas disputas de licitação, com destaque para a empresa Solserv Serviços. Os indícios reunidos apontam não apenas para a manipulação de documentos e edição de concorrências, mas também para a possível prática de lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

Em resposta às acusações, a defesa de Eduardo Porto se manifestou, alegando que ele não possui qualquer relação societária com as empresas envolvidas e que não obteve lucros ou benefícios decorrentes dos contratos sob investigação. Segundo os advogados, as evidências já apresentadas comprovam sua desvinculação dos fatos e seu afastamento de qualquer ligação com os denunciados, incluindo ex-colaboradores de seu gabinete na Alepe.

As apurações seguem em andamento, trazendo à tona complexidades e possíveis ramificações de uma rede que, se confirmadas as irregularidades, passariam a ser um dos maiores esquemas de corrupção em contratos administrativos na história recente de Pernambuco. A operação Firenze não só lança luz sobre práticas duvidosas na gestão pública, mas também reafirma o compromisso das instituições em investigar e responsabilizar qualquer envolvido em atividades ilícitas.

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