Ex-auditor fiscal é condenado por enriquecimento ilícito em São Paulo: “Máfia do ISS” é desmantelada após decisão judicial.

O ex-auditor fiscal José Rodrigo de Freitas, conhecido como “rei dos fiscais”, foi condenado pela Justiça de São Paulo por enriquecimento ilícito. A condenação veio no âmbito do esquema de corrupção conhecido como “Máfia do ISS”, no qual Freitas era acusado de liderar um esquema de propinas em troca da emissão de certificados ISS e “habite-se”.

A decisão, tomada em primeira instância, impôs a perda do cargo público ao ex-auditor e determinou a devolução do patrimônio adquirido ilegalmente, estimado em cerca de R$ 8,9 milhões. Além disso, foi aplicada uma multa no mesmo valor da quantia ilícita. A juíza responsável pelo caso, Luiza Barros Rozas Verotti, destacou em sua sentença a atuação dolosa e premeditada de Freitas, evidenciando a inconstitucionalidade e ilegalidade de suas condutas.

O Ministério Público, representado pelo promotor de Justiça Silvio Antônio Marques, moveu a ação de improbidade contra Freitas, alegando que o ex-auditor agiu de forma consciente e voluntária, visando apropriar-se de recursos públicos em detrimento do interesse da sociedade. A evolução patrimonial de Freitas, estimada em R$ 76 milhões, foi considerada incompatível com seus rendimentos declarados e levantou suspeitas sobre a legalidade de suas atividades no mercado imobiliário.

Além de Freitas, sua esposa Solange Regina Garcez Bispo de Freitas também foi condenada no mesmo processo. A investigação identificou R$ 6 milhões em depósitos sem origem comprovada nas contas bancárias de Solange, caracterizando uma tentativa de dissimulação do enriquecimento ilícito do casal. A empresa Ypê Comunicação Administração e Participações Ltda, da qual são sócios, foi apontada como utilizada para lavagem de dinheiro de propina.

Com a condenação em primeira instância, José Rodrigo de Freitas e Solange Regina Garcez Bispo de Freitas têm a possibilidade de recorrer da decisão. O caso evidencia mais um capítulo de corrupção no setor público, destacando a importância do combate à improbidade e à má gestão dos recursos públicos.

Sair da versão mobile