Os desdobramentos dos escândalos envolvendo a Lava Jato trouxeram à tona as atuais atividades dos principais nomes que compunham a equipe. Muitos deles, afastados de suas funções originais e rejeitados em missões de destaque, tiveram que se acomodar em papéis secundários em seus respectivos órgãos. O ex-juiz Marcelo Bretas, por exemplo, enfrenta suspeitas de conduta irregular e tem atuado como coach jurídico após ter sido afastado do cargo.
Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos mais destacados procuradores da Lava Jato, teve um caminho semelhante ao tornar-se “advogado sênior na área de compliance, investigações internas, monitoria, gestão de crises e acordos de leniência e colaboração premiada”. Sua postura egocêntrica foi evidenciada pela tarja em seu perfil no LinkedIn, em que exalta a equipe ao qual pertencia – apelidada de “Os intocáveis” – em sintonia com uma célebre fala de William Shakespeare sobre o mundo como um palco e os homens e mulheres como meros atores.
Outro membro da força-tarefa, Roberson Pozzobon, passou a lecionar na Faculdade Campo Real, em Guarapuava, no Paraná, adotando como lema “Cristo, Família e Esportes”. Enquanto isso, a procuradora Laura Gonçalves Tessler foi deslocada para a Procuradoria da República no Município de União da Vitória, no Paraná, após ser citada em diálogos gravados com o ex-juiz Sérgio Moro.
Entre os mais antigos da força-tarefa, Januário Paludo foi afastado após ser acusado de receber propina do doleiro Dario Messer, buscando amparo em uma unidade descentralizada da corregedoria em Curitiba. A procuradora Isabel Cristina Groba Vieira, conhecida por sua postura arrogante e por interromper um depoimento para ordenar a Lula que a chamasse de “doutora” em vez de “querida”, encontra-se lotada na 3ª Região. Todos esses desdobramentos mostram como a outrora intocável força-tarefa da Lava Jato caiu em desgraça e teve seus principais expoentes relegados a funções secundárias.