Tagliaferro, que desempenhou um papel significativo à frente da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, enfrentou sérias acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele é investigado por violação de sigilo funcional, coação no curso do processo e outros crimes relacionados. A Polícia Federal alega que ele estaria envolvido no vazamento de mensagens de servidores do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE, que circularam amplamente na mídia durante o ano de 2023. Embora negue qualquer participação nas irregularidades, Tagliaferro deixou o Brasil e atualmente reside na Itália, onde aguarda o desfecho das investigações. O Ministério da Justiça já formalizou um pedido de extradição ao Itamaraty.
Durante a audiência, que foi realizada por videoconferência, Flávio Bolsonaro fez questão de ressaltar que esperava novas denúncias de Tagliaferro, incluindo alegações sobre uma suposta “milícia paralela” de Moraes no TSE, que teria agido para beneficiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. A oitiva do ex-assessor ocorre em um contexto político carregado, uma vez que, simultaneamente, o Supremo Tribunal Federal avalia ações relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, acusados de tentativas de golpe de Estado.
Esse entrelaçamento de eventos intensificou a repercussão das declarações de Tagliaferro, ampliando as críticas de parlamentares da oposição ao STF. As alegações e o cenário que se desenha em torno do caso não apenas geram novos desdobramentos nas investigações, mas também alimentam um debate acirrado sobre a relação entre os poderes e o papel da Justiça no Brasil. O clima político, marcado por incertezas e polarização, promete ser cada vez mais tumultuado à medida que novos fatos forem sendo revelados.