Ex-árbitro fica em silêncio durante depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas; Senadores pedem quebra de sigilo financeiro.



O ex-árbitro Glauber do Amaral Cunha foi convocado para depor na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas e optou por permanecer em silêncio. Glauber é acusado de ter gravado um áudio no qual reclamava da não recepção de propina após ter inventado um pênalti e faltas para influenciar no resultado de uma partida. O áudio foi entregue pelo proprietário da SAF do Botafogo, o americano John Textor.

O depoimento de Glauber ocorreu em uma reunião secreta, na qual apenas os senadores Jorge Kajuru, Romário, Carlos Portinho e Eduardo Girão estiveram presentes. Diante do silêncio do ex-árbitro, os senadores decidiram solicitar a quebra do sigilo financeiro de Glauber, embora o pedido ainda não tenha sido votado.

Segundo informações obtidas pelo jornal O GLOBO, o áudio em questão foi enviado à comissão por John Textor, que teria recebido a gravação de um membro da CBF. O jogo em que as supostas irregularidades teriam ocorrido faz parte da terceira divisão do Campeonato Carioca.

Na transcrição do áudio, Glauber reclama de não ter conseguido favorecer o placar da partida como pretendia. Ele menciona ter marcado um pênalti para um dos times, mas os jogadores desperdiçaram a oportunidade.

Glauber do Amaral Cunha, natural de São Gonçalo, atuou como árbitro em competições estaduais a partir de 2018, sem nunca ter arbitrado jogos da CBF. Além da arbitragem, ele trabalhava como técnico de edificações e coordenava um projeto de futebol para crianças em uma igreja local. No entanto, em 2023, deixou de apitar após não atender aos requisitos físicos e técnicos exigidos.

A Ferj, entidade responsável pelo futebol no Rio de Janeiro, tomou medidas para coibir a manipulação em seus campeonatos, como exigir que os árbitros registrem nas súmulas a marcação de pênaltis e a justificativa para tal, além de contratar cinegrafistas para filmar todas as partidas.

A polícia não pôde investigar o caso devido à falta de confirmação da autoria do áudio, mas as denúncias de manipulação no futebol carioca têm levado as autoridades e as entidades esportivas a reforçarem a fiscalização e as medidas de combate a esse tipo de fraude.

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