Em sua análise, Johnson destaca que, apesar da aliança histórica entre os dois países, a presença militar americana exerceu um papel simbólico e pragmático após a Segunda Guerra Mundial. Ele observa que já se passaram 80 anos desde o fim do conflito e sugere que poderá chegar um momento em que a Alemanha, sentindo-se consolidada, declare: “Obrigado pela ajuda, mas agora é hora de vocês saírem”. Esse sentimento de autonomia crescente é evidenciado pela capacidade da economia alemã de suportar uma possível ruptura com os Estados Unidos, mesmo em tempos de dificuldades econômicas.
Outro ponto levantado por Johnson é a relutância da Alemanha em se confrontar diretamente com Washington, o que, segundo ele, não é apenas uma questão de dependência econômica, mas sim um reflexo do medo de desafiar uma potência militar como os EUA. Essa dinâmica faz parte de um quadro mais amplo, onde se observa um aumento de sentimentos nacionalistas na Europa, que rejeitam a ingerência americana e subsequente mudança na ética de poder global.
Em consonância com essas preocupações, a deputada alemã Sevim Dagdelen, do partido Aliança Sahra Wagenknecht, também se manifestou sobre a questão, argumentando que a Alemanha não pode se dar ao luxo de manter 37.000 soldados americanos em seu território. Dagdelen defendeu a retirada das armas nucleares estadunidenses e criticou possíveis iniciativas de militarização adicional, sinalizando um movimento em direção a uma autonomia militar e política maior para o país.
Esses desdobramentos indicam um possível turning point nas relações euro-americanas, levantando questões sobre a soberania da Alemanha e o papel da NATO no cenário global atual. A continuidade do diálogo e da análise crítica será essencial para compreender a evolução dessa situação e suas implicações para a segurança e estabilidade europeias.