Evo Morales organiza marcha até La Paz para reivindicar registro de candidatura presidencial, apesar de impedimentos legais enfrentados pelo ex-presidente boliviano.

O ex-presidente boliviano Evo Morales, que governou o país de 2006 a 2019, planeja uma grande mobilização em direção à capital, La Paz, com a intenção de registrar sua candidatura nas eleições gerais marcadas para 17 de agosto de 2025. Em um ato realizado em Cochabamba, Morales convocou milhares de apoiadores para participar do que ele descreveu como um “grande esforço” para garantir seu registro perante o Tribunal Supremo Eleitoral.

Apesar de seu fervoroso desejo de retornar ao cenário político, Morales enfrenta sérias barreiras legais. Em 2024, o Tribunal Constitucional da Bolívia tomou a decisão de desqualificá-lo para concorrer à presidência, além de ter sido expulso do Movimento ao Socialismo (MAS), grupo do qual é um dos fundadores e que atualmente é liderado pelo presidente Luis Arce. A situação tem gerado tensões significativas entre Morales e o governo atual, numa dinâmica que reflete a profunda polarização política que existe no país.

Durante sua fala, o ex-presidente expressou a necessidade de ação em caso de não permitirem seu registro, afirmando que “vamos convidar a comunidade internacional para garantir o respeito às normas” e reafirmou sua confiança na legalidade de sua candidatura. Ele ressaltou que a mobilização não se trata apenas de uma questão pessoal, mas de um movimento em defesa da democracia e da liberdade política na Bolívia.

Além das questões eleitorais, Morales também enfrenta acusações criminais, incluindo uma investigação por tráfico de pessoas devido a um caso ligado a uma relação conturbada com uma menor de idade em 2016, fato que levou a uma ordem de prisão contra ele. Para evitar a detenção, o ex-presidente se encontra refugiado na região de Cochabamba, onde continua a manter uma base sólida de apoio entre os camponeses produtores de folha de coca, categoria que historicamente o apoiou durante seu governo.

Com o cenário político se intensificando, a marcha proposta pode ser um divisor de águas na carreira política de Morales e na dinâmica do poder na Bolívia. O desfecho desta mobilização e as reações do governo e do sistema judicial devem ser observados com atenção nos próximos meses.

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