Evo Morales Inicia Greve de Fome na Bolívia em Tentativa de Diálogo com Governo e Observadores Internacionais

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou na sexta-feira, 1º de novembro, o início de uma greve de fome como protesto para forçar o governo do presidente Luis Arce a estabelecer um canal de diálogo com a mediatação de observadores internacionais. Morales alega que essa medida é necessária para discutir questões econômicas e políticas que afligem a população boliviana. Em coletiva de imprensa, ele expressou que a abertura de duas mesas de diálogo é fundamental para que as conversações sejam produtivas.

Desde 14 de outubro, apoiadores de Morales têm realizado bloqueios de estradas em diversas regiões, principalmente em Cochabamba, o que tem causado severos entraves no tráfego entre as cidades orientais e ocidentais do país. A situação se acirrou quando a polícia local conseguiu desobstruir um dos principais bloqueios em Parotani, que esteve encerrado por 19 dias. Além disso, houve relatos de que manifestantes tomaram o controle de três unidades militares na mesma região, garantindo a detenção de membros das forças armadas. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, um dos militares reféns pediu para que não houvesse intervenções, uma vez que sua vida e a de seus companheiros estavam em risco.

Morales, que por muitos anos foi uma figura central na política boliviana como líder do Movimento ao Socialismo (MAS), agora se vê em uma posição adversarial com Arce. Embora Arce tenha sido seu ministro da Economia durante quase toda a sua presidência, as tensões aumentaram à medida que ambos disputam a candidatura nas próximas eleições gerais de 2025. O ex-presidente convocou a participação de organismos internacionais e de países amigos para que auxiliem no processo de diálogo. A situação na Bolívia vindo à tona reaviva preocupações relacionadas à estabilidade política do país, que já enfrentou uma crise profunda nos últimos anos.

Com as disputas políticas se intensificando, a possibilidade de um diálogo frutífero parece cada vez mais distante, enquanto os bloqueios continuam a impactar a logística e a vida cotidiana dos bolivianos. A greve de fome de Morales é mais uma tentativa de chamar a atenção para suas causas e revitalizar a conversa entre as partes em conflito.

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