Em um post nas redes sociais, Morales agradeceu pelos ataques do governo e acusou o Ministério da Presidência e o Ministério de Governo de comandarem uma campanha de difamação contra ele e seus aliados políticos. O ex-presidente afirmou que decidiu aceitar os pedidos da militância e de outros apoiadores para se candidatar novamente, afirmando que nunca desistirá de lutar pela Bolívia.
Evo Morales foi afastado do cargo em 2019, em meio a eleições contestadas, e agora se torna o primeiro nome a anunciar publicamente a intenção de concorrer nas eleições de 2025. No entanto, as disputas internas no MAS prometem trazer turbulências até a definição do nome do partido nas urnas. Denúncias de corrupção e ligações com o tráfico de drogas têm sido trocadas entre dirigentes e ministros, o que pode afetar a imagem e a credibilidade do partido.
No último sábado, o vice-presidente David Choquehuanca, agora afastado de Morales, defendeu a união do partido e disse estar cansado de “confrontos e divisões”. O ministro de Obras Públicas, Serviços e Habitação, Edgar Montaño, também criticou Morales, acusando-o de levar o partido “para a sepultura”.
A disputa interna do MAS será evidenciada em um congresso marcado para a próxima semana, onde serão debatidos temas como a formação de uma comissão para organizar as primárias de definição do candidato à Presidência. Além de Morales, há expectativa pela candidatura de Luis Arce, atual presidente, que ainda não decidiu sobre um novo mandato. Aliados de Morales também desejam discutir a expulsão de integrantes do governo, incluindo Arce, do partido.
A candidatura de Morales corre o risco de ser definida nos tribunais, já que a atual Constituição boliviana estabelece que o mandato presidencial é de cinco anos e permite apenas uma reeleição consecutiva. O ex-presidente interpreta a constituição de forma diferente e acredita que pode se candidatar novamente após o transcurso de apenas um mandato presidencial. A decisão final caberá ao Tribunal Constitucional do país.