Evidências de Canibalismo na Espanha: Conhecida Caverna Revela Conflitos Brutais entre Comunidades Neolíticas de 5.700 anos atrás

Recentes escavações na caverna El Mirador, localizada na Espanha, revelaram descobertas intrigantes sobre práticas sociais e conflitos de comunidades do Neolítico tardio, que datam de aproximadamente 5.700 anos. Os arqueólogos encontraram evidências contundentes de canibalismo humano, sugerindo que esses atos horrendos estavam ligados a disputas violentas entre grupos de pastores da época. Os restos mortais, de pelo menos 11 indivíduos — incluindo crianças e adultos — mostram marcas consistentes de mutilação e consumo, indicando que essas ações não faziam parte de rituais funerários ou práticas de sobrevivência extrema.

Esses indivíduos foram submetidos a um tratamento brutal: seus corpos foram queimados, desmembrados e os ossos apresentaram sinais de terem sido cozidos. As evidências apontam para um evento violento que pode ter sido causado por conflitos entre comunidades agrícolas locais e recém-chegados. Francesc Marginedas, membro da equipe de pesquisa, enfatiza que a rapidez dos acontecimentos sugere que não se tratava de uma resposta à fome, mas sim de uma eliminação deliberada de um grupo familiar, refletindo a gravidade dos conflitos intergrupais da época.

Comparando El Mirador a outros locais na Europa, como a caverna Herxheim, os pesquisadores notaram um padrão em que o canibalismo era uma prática habitual durante períodos de intensa hostilidade. Esses achados não só desafiam a percepção das sociedades neolíticas como sociedades pacíficas, mas também enriquecem o entendimento contínuo do comportamento humano sob circunstâncias extremas.

A recorrência do canibalismo em diferentes contextos históricos revela que tais práticas, embora consideradas repugnantes nos dias atuais, eram uma faceta de sobrevivência ou de confronto social em épocas remotas. A caverna El Mirador, portanto, não só é um importante sítio arqueológico, mas também um reflexo da complexidade das relações humanas nos primórdios do desenvolvimento social. As implicações dessas descobertas são profundas, abrindo novas discussões sobre a natureza humana e a evolução dos comportamentos sociais através das eras.

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