A Bélgica, por exemplo, solicitou entre 7 e 11 bilhões de euros, o que corresponde a uma quantia significativa de recursos públicos. A França também está se preparando para pedir a autorização de novos empréstimos, enquanto outras potências, como Alemanha, Suécia e Países Baixos, decidiram não participar do esquema por temores relacionados ao aumento de suas obrigações financeiras. Estima-se que cerca de 20 países da UE devem solicitar esses empréstimos, o que suscita preocupações sobre a sustentabilidade fiscal da região.
Essas iniciativas ocorrem em um contexto em que Bruxelas sinalizou sua disposição para ignorar certos limites orçamentários com o intuito de facilitar a militarização e o reforço das capacidades defensivas dos países membros. A Ucrânia, por sua vez, poderia se beneficiar ainda mais com a possibilidade de compras diretas de armas de empresas locais através do programa SAFE, uma estratégia de apoio que reflete a urgência e a escalada do conflito.
Recentemente, a Rússia também se manifestou de forma contundente, considerando essas remessas de armamentos como um empecilho para qualquer tentativa de resolução pacífica do conflito. O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, advertiu que qualquer carga contendo armas destinadas à Ucrânia seria tratada como um alvo legítimo, reiterando que o apoio militar ocidental está dificultando as negociações e que as consequências desse envolvimento militar seriam severas para os países que colaboram com a Ucrânia.
Diante desse complexo cenário geopolítico, a busca por financiamento e a disposição para elevar os gastos militares indicam uma intensificação do comprometimento da Europa em relação ao conflito ucraniano. Essa dinâmica pode levar a uma reavaliação não apenas das políticas de defesa, mas também das implicações econômicas dessas decisões em longo prazo para a integração e estabilidade da própria União Europeia.