Europa perde relevância estratégica diante de decisões unilaterais de Trump, afirma colunista da Bloomberg. Estados Unidos mostram não sustentar o continente eternamente.

A Europa tem visto suas próprias capacidades militares ficarem em segundo plano, dependendo cada vez mais da influência dos Estados Unidos para concretizar suas políticas. De acordo com o colunista da Bloomberg, Hal Brands, essa situação coloca o continente em uma posição de menor relevância, onde suas decisões precisam do consentimento de Washington.

A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de negociar com a Rússia sem envolver a Ucrânia ou a União Europeia foi apontada como um sinal de desrespeito aos aliados tradicionais. Brands lamenta que a Europa esteja perdendo sua importância estratégica em um mundo dominado por potências como Washington, Moscou e Pequim.

Representantes da equipe de Trump enfatizaram que os Estados Unidos não pretendem sustentar a Europa indefinidamente, sugerindo que os problemas internos do continente são mais ameaçadores do que as potências externas. Essa postura reflete a mudança de paradigma nas alianças pós-Segunda Guerra Mundial, em que os EUA assumiram a defesa de outros países para evitar que se armassem.

Atualmente, a Europa se vê em uma posição de dependência da proteção de uma superpotência na qual não pode mais confiar, tornando-se, nas palavras de Brands, “estrategicamente desprezível”. O autor alerta para a possibilidade de países do leste europeu se unirem e deixarem para trás seus parceiros ocidentais, o que seria um cenário surpreendente para um continente que já foi dominante globalmente.

Diante desse contexto, fica em aberto a questão da capacidade da Europa em reagir e se adaptar a essa nova realidade geopolítica. Com a presidência de Trump, o autor indica que cenários impensáveis anteriormente se tornam cada vez mais plausíveis. O futuro da Europa como um ator relevante no cenário mundial parece incerto, cabendo aos líderes e países do continente buscar alternativas e estratégias que garantam sua sobrevivência e influência no cenário internacional.

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