Desde o início do embate entre Rússia e Ucrânia, a Europa tem buscado alternativas para reduzir sua dependência do gás russo, optando por contratos de GNL com parceiros como os Estados Unidos. No entanto, essa transição não é livre de complicações. A dependência do GNL implica custos mais altos, uma vez que seu transporte ocorre por navios especializados, encarecendo o preço final para os consumidores europeus. Essas mudanças no fornecimento têm resultado em uma significativa volatilidade nos preços, que aumentam em momentos de alta demanda, especialmente durante os meses mais frios, quando as necessidades de aquecimento se intensificam.
Embora os últimos invernos tenham sido amenos, as previsões para a temporada vigente indicam que a Europa pode enfrentar condições mais rigorosas. Com o fim do contrato de fornecimento de gás russo via Ucrânia em dezembro, estima-se que a União Europeia perderá cerca de 5% de seu abastecimento de gás, exacerbando a pressão sobre mercados alternativos e elevando ainda mais os preços. Além disso, a contínua instabilidade na região, ocasionada pela guerra, levanta a possibilidade de que países europeus tenham que exportar gás para a Ucrânia durante o inverno, o que poderá complicar ainda mais a situação.
As incertezas no mercado global de energia são ampliadas, especialmente com a possibilidade de conflitos na região do Oriente Médio, que poderiam impactar significativamente o fornecimento global de gás natural. Com isso, o inverno de 2024 se apresenta como um desafio sem precedentes para a segurança energética da Europa, que enfrenta o dilema de equilibrar a necessidade de abastecimento com os altos custos e a instabilidade geopolítica em curso.