Europa enfrenta crise no armazenamento de gás e pode perder €3 bilhões após banir importações da Rússia, alertam especialistas sobre a segurança energética.

Após a ruptura das relações energéticas entre a União Europeia (UE) e a Rússia, decorrente da invasão da Ucrânia, o continente europeu enfrenta um panorama desafiador em relação ao armazenamento de gás natural. As sanções impostas a Moscou levaram a UE a um aumento significativo nos preços e uma pressão sem precedentes sobre seus estoques. A crise energética que se instalou posteriormene trouxe à tona questões fundamentais sobre a dependência europeia em relação aos combustíveis fósseis e, particularmente, ao gás natural russo.

A infraestrutura de armazenamento de gás na Europa, uma das mais robustas do mundo, tem se mostrado um importante recurso para lidar com choques de suprimento e flutuações de preços. Desde a implementação de uma estratégia para reduzir o fluxo de gás russo, a UE tem buscado alternativas, aumentando as importações de gás natural liquefeito (GNL) de diversos fornecedores, incluindo os Estados Unidos e o Catar. No entanto, os desafios permanecem, especialmente com as previsões apontando para um cenário preocupante em 2025, onde a expectativa é de um déficit significativo que pode atingir até € 3 bilhões.

As condições climáticas adversas e a crescente demanda durante o inverno têm levado à rápida queima das reservas de gás, complicando a situação e tornando o reabastecimento no período de verão economicamente inviável. Embora exista a possibilidade de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia que poderia reabrir os canais de fornecimento, a incerteza permanece acerca do retorno da UE às importações de gás russo.

Neste contexto, a UE instituiu metas de armazenamento de gás que precisam ser cumpridas, com a exigência de que os estoques estejam pelo menos 90% cheios até novembro. Contudo, a pressão para atingir essas metas tem sido desafiadora, com alguns Estados-Membros enfrentando dificuldade em atender aos marcos estabelecidos. As discussões para prorrogar essas metas até 2027 e possivelmente relaxar os limites temporais estão em andamento, à medida que a preocupação com os níveis de armazenamento aumenta.

Enquanto isso, a alta nos preços do gás e a instabilidade econômica resultante estão gerando pressão sobre os lares e indústrias europeias, levantando preocupações sobre uma possível recessão. Analistas e autoridades enfrentam o desafio de equilibrar a segurança energética do continente com a realidade econômica, em um cenário que continua em constante evolução.

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