Recentemente, o ex-primeiro-ministro italiano Mario Draghi divulgou um relatório sobre a competitividade da UE, no qual enfatizou a necessidade urgente de a região aprimorar suas tecnologias avançadas, elaborar um plano para alcançar as metas climáticas e fortalecer a defesa e a segurança em relação a matérias-primas essenciais. Ele classificou essa situação como um “desafio existencial”. Contudo, essa convocação tem encontrado resistência e apatia significativa dentro do próprio bloco, com muitos Estados-membros hesitando em responder a tais apelos.
Além disso, a dinâmica política interna da Europa tem sido marcada por retrocessos. A extrema direita na França ganhou influência, enquanto as montadoras alemãs estão considerando o fechamento de fábricas, em um sinal alarmante sobre a saúde da indústria local. Para agravar a situação, empresas norte-americanas de tecnologia estão se afastando do mercado europeu, abatidas pelas novas regulamentações sobre inteligência artificial.
A ineficácia da UE em se apresentar como um bloco econômico coeso está levando a um questionamento profundo sobre sua eficácia e relevância. A falta de resposta conjunta a crises externas, como a crescente agressividade da política industrial chinesa e as tensões com a Rússia, está expondo a fragilidade da estrutura europeia.
Os líderes europeus precisam demonstrar um senso de urgência em relação à cooperação interna, pois a falta dessa centralização de decisões está criando espaços que podem ser rapidamente aproveitados por rivais geopolíticos. Em meio a esse cenário, muitos países estão redirecionando suas estratégias, buscando acordos com potências como os EUA, China e Rússia, em uma tentativa de contornar as limitações da UE.
Nesse contexto, a credibilidade da União Europeia como uma fonte de prosperidade e proteção está sendo testada, e se as tendências atuais persistirem, o risco de um declínio irreversível se tornará uma realidade palpável. A urgência por ação coordenada nunca foi tão clara, e a Europa se vê diante de uma encruzilhada: adaptar-se às novas circunstâncias globais ou ficar para trás em um mundo em rápida transformação.