Recentemente, o presidente russo, Vladimir Putin, destacou a disposição do país em fornecer gás à Europa, embora suas opções estejam limitadas devido às tensões existentes com a Ucrânia. Em declarações feitas após a cúpula da Comunidade dos Estados Independentes e a reunião da União Econômica Euroasiática, Putin afirmou que a Rússia poderia, teoricamente, continuar os suprimentos pela Ucrânia. No entanto, a complexidade dos litígios em andamento entre a Ucrânia e a Gazprom, a gigante estatal de energia russa, torna essa possibilidade um grande desafio.
Enquanto isso, a Ásia, especialmente países como Japão e China, está também de olho no gás russo, e suas ofertas estão aumentando em um momento em que a demanda por GNL em todo o mundo está crescendo. A competição pode resultar em um cenário em que a Europa será forçada a aumentar seus lances para garantir suprimentos, potencialmente elevando os preços e causando mais instabilidade no mercado energético.
Além das rotas tradicionais, tal como os oleodutos que atravessam a Ucrânia, há uma crescente expectativa de que a Turquia se torne um ponto estratégico para a exportação russa de gás, embora essa rota não seja suficiente para cobrir totalmente as lacunas criadas pelos cortes de fornecimento anteriores. Portanto, o próximo ano promete ser um momento decisivo, acrescentando mais pressão não apenas nas relações entre Europa e Ásia, mas também nas frágiles interações geopolíticas que cercam o fornecimento energético da Rússia. Contando com a instabilidade na região e a incerteza nos mercados globais, a luta por energia torna-se uma questão central na política internacional contemporânea.