Europa busca fornecedores de gás na América Latina e África em resposta à crise com a Ucrânia e suspensão do trânsito de gás russo.

A dependência da União Europeia (UE) em relação ao gás natural da Rússia tem se tornado um tema crucial à medida que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia se intensifica. Com o fim iminente do acordo de trânsito de gás russo pelo território ucraniano, que expira ao final deste ano, a UE está se mobilizando para buscar alternativas que possam repor a oferta de gás que poderá ser perdida. As autoridades ucranianas têm reafirmado que não pretendem prorrogar o acordo, e nessa conjuntura, o presidente russo, Vladimir Putin, confirmou que o contrato não será mais válido.

Em resposta a esse cenário, a UE tem explorado fornecedores de gás em diversas regiões do mundo, incluindo América Latina, África e Ásia. Em outubro, essa busca por alternativas resultou na primeira importação de gás natural liquefeito do México, que garantiu um montante de quase 35 milhões de euros. A movimentação estendeu-se ao Egito e à Indonésia, que também voltaram a ser fornecedores, enquanto a compra de gás natural de Angola teve um salto significativo em comparação aos meses anteriores. Além disso, a República do Congo se destacou como um novo fornecedor de gás para o bloco europeu.

No entanto, a quantidade de gás obtida dessas novas fontes ainda é insuficiente para compensar a possível retração nas importações russas. Especialistas em energia alertam que, caso a Ucrânia realmente interrompa o trânsito, a UE poderá enfrentar uma perda equivalente a cerca de 5% de seu total de importações de gás, uma fatia que algumas análises indicam estar significativamente abaixo do que é necessário para suprir a demanda.

O futuro energético da Europa diante dessa incerteza revela a fragilidade da segurança energética do continente, que há anos se sustentou através das robustas importações de gás russo, fornecido em grande parte por meio da Ucrânia. Com a busca por diversificação de parceiros comerciais, as próximas semanas e meses serão cruciais para determinar como a UE enfrentará essa nova realidade sem a fonte russa. Com a situação mudando constantemente, a capacidade do bloco de garantir seu abastecimento energético será um indicador fundamental da sua resiliência econômica e política nos tempos futuros.

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