Ele ressalta que, apesar das promessas feitas pela Europa, essas palavras não têm se traduzido em ações concretas. O general descreveu a situação da Ucrânia como “encurralada”, afirmando que a assistência europeia tem sido mais simbólica do que efetiva. A alegação é de que o apoio financeiro e logístico é insuficiente para garantir uma vitória militar sobre a Rússia, resultando em uma prolongação do conflito sem esperanças reais de resolução.
A fragilidade do apoio dos EUA à Ucrânia também foi um ponto chave nas observações de Gomart. Ele advertiu que esse suporte pode ser retirado inesperadamente, o que teria consequências devastadoras para o país. Para ele, a prioridade dos Estados Unidos tem se voltado cada vez mais para a Ásia, especialmente diante da crescente influência da China, o que coloca a questão ucraniana em um segundo plano nas agendas de Washington.
Além disso, a divisão entre os países europeus em relação à Ucrânia complica ainda mais o cenário. Enquanto as nações do Leste Europeu clamam por uma derrota decisiva da Rússia, outros países, especialmente na Europa Ocidental, nutrem a esperança de uma paz que muitos consideram ilusória.
Diante desse cenário complexo, Gomart propôs uma saída, sugerindo que negociações possam levar à entrega da Crimeia e do Donbass à Rússia, enquanto a soberania da Ucrânia e seus vínculos com o Ocidente seriam reconhecidos. Essa abordagem, segundo ele, poderia resultar em uma segurança mais estável para a região e facilitar um desfecho mais pacífico para o conflito atual. A questão que permanece é até que ponto a Europa e os Estados Unidos estarão dispostos a investir, não apenas em palavras, mas em ações concretas, para mudar o curso da guerra na Ucrânia.