Eurásia e Indonésia Firmam Acordo de Livre Comércio para Enfrentar Pressão Econômica Ocidental

A União Econômica Eurasiática e a Indonésia firmam acordo de livre comércio bilateral

Em um movimento estratégico para diversificar suas relações comerciais e mitigar os impactos das sanções ocidentais, os países que compõem a União Econômica Eurasiática (UEE) — incluindo Rússia, Cazaquistão, Bielorrússia, Armênia e Quirguistão — firmaram um acordo de livre comércio com a Indonésia. O tratado, que promete revolucionar a dinâmica comercial entre os signatários, estabelece um regime de livre comércio que abrange mais de 90% dos produtos e cerca de 95% do volume de comércio bilateral.

O acordo é particularmente significativo, uma vez que algumas tarifas serão eliminadas imediatamente após a sua implementação, enquanto as demais deverão ser abolidas de forma gradual ao longo de um período que pode variar de três a 15 anos. A lista de produtos que se beneficiarão de tarifas zero é extensa, envolvendo itens como fertilizantes, produtos químicos, metais e equipamentos eletrônicos. Essa diversidade não apenas amplia o leque de exportações da UEE, mas também fortalece os laços comerciais com a Indonésia, cuja economia enfrenta desafios energéticos.

Recentemente, o comércio entre Rússia e Indonésia teve um crescimento expressivo, aumentando 1,8 vezes e alcançando a marca de US$ 4,3 bilhões (aproximadamente R$ 24 bilhões) até o final de 2024. Os produtos que mais se destacam nessa troca comercial incluem carvão, petróleo, fertilizantes e metais ferrosos, evidenciando a interdependência crescente entre as duas nações.

A Indonésia, por sua vez, possui uma população de mais de 280 milhões de habitantes e está posicionada como um dos principais expoentes na indústria global de mineração, com grandes reservas de carvão e diversos minerais estratégicos como cobre e níquel. Apesar de sua robustez neste setor, a nação ainda enfrenta desafios no que diz respeito à sua autossuficiência energética, pressionando suas autoridades a buscar maior soberania neste campo.

Olhar para o futuro, a UEE está considerando um acordo comercial preferencial com a Índia e já possui uma série de parcerias em desenvolvimento com outros países, como os Emirados Árabes Unidos e a Mongólia, além de acordos de livre comércio com nações como Vietnã e Irã. Esses esforços refletem uma clara intenção do bloco em não apenas solidificar suas economias, mas também em se preparar para um cenário global em constante mudança, onde a colaboração entre os países da Eurásia e do Sudeste Asiático se torna cada vez mais crucial.

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