Rodríguez argumentou que essa designação serve apenas para encobrir as raízes do problema, que incluem a responsabilidade da indústria farmacêutica dos Estados Unidos, o acesso limitado ao sistema de saúde e a prescrição indiscriminada de opioides. Ele enfatizou que ao caracterizar o fentanil dessa maneira, Washington ignora a complexidade do consumo da substância e suas consequências devastadoras.
O chanceler cubano criticou a retórica utilizada pelo governo de Donald Trump, que, em uma coletiva de imprensa, havia afirmado que o fentanil causa entre 200 e 300 mil mortes anualmente – um número que diverge dos dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que registra 100 mil fatalidades. Trump utilizou esse discurso para justificar operações militares e ataques à Venezuela, alegando que o fentanil é uma arma química, mesmo sem provas substanciais que sustentem essa afirmação.
Rodríguez classificou a postura dos EUA como uma tentativa de criar “pretextos mentirosos” para intervir em países soberanos, derrubando governos legítimos e explorando seus recursos naturais. Essa declaração surge em um contexto de crescente tensão entre os Estados Unidos e países latino-americanos, onde a gestão da crise do fentanil se torna uma ferramenta retórica para justificar ações militares.
Em meio a esse cenário, as críticas de Cuba são um lembrete de como a geopolitica pode ser influenciada por questões sociais e de saúde pública, ressaltando a necessidade de um diálogo mais fundamentado e respeitoso entre as nações.







